No primeiro dia de atividades da 4ª edição do Congresso Internacional Abit será realizado o painel “A transformação através dos materiais”, que colocará em pauta a inovação de fibras naturais, sintéticas, fios e novos materiais. A convenção é uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e tem como tema “Fim das Fronteiras: da criação ao consumo”. A conferência será realizada no Expominas, em Belo Horizonte, nos dias 22 e 23 de outubro, simultaneamente ao Minas Trend.
Para debater as tendências em inovação de fibras sintéticas, o site do Congresso Internacional Abit entrevistou Renato Boaventura, presidente daAssociação Brasileira dos Fabricantes de Fibras Artificiais e Sintéticas (Abrafas), patrocinadora do evento.

Renato Boaventura, presidente da Abrafas - Crédito da foto: divulgação
Fundada em 1968, a Abrafas é a entidade representativa dos produtores de fibras manufaturadas do setor têxtil, responsáveis por uma produção anual, entre fibras e filamentos artificiais e sintéticos, superior a 235 mil toneladas — 35% do consumo industrial do país em 2018, resultando em um faturamento anual de ordem de US$ 850 milhões.
Desde o final da década de 60 o Brasil produziu praticamente todos os tipos de fibras sintéticas (poliamida, poliéster, acrílico, elatoméricas e olefínicas), com qualidade equiparável às disponíveis no mercado internacional. Hoje mais concentrados na produção de poliéster, poliamida e elastano, os associados da Abrafas procuram incorporar os resultados de pesquisa e desenvolvimento em seus filamentos.
Segundo ele, essas tecnologias provenientes da pesquisa em materiais trazem um potencial de inovação que leva ao consumidor final aplicabilidades interessantes, capazes de integrar funcionalidades como proteção ultravioleta, regulação da temperatura corporal e melhora da performance esportiva, propriedades antimicrobiais, dentre outras e promovendo também a sustentabilidade com produtos recicláveis e biodegradáveis.
Para Boaventura, principalmente em inovação de fibras químicas, o Brasil está na vanguarda por ter empresas importantes em seu território. “Nós saímos na frente e temos uma competência em inovação e fibras químicas, que é relevante no mercado internacional”, afirma.
Esses materiais foram criados em laboratórios brasileiros, e, para Renato Boaventura, são meios de buscar soluções. “Os caminhos dos materiais seguem algumas megatendências, como saúde e bem-estar, sustentabilidade, urbanização e concectividade, que se manifestam através do crescimento dos produtos wearables”, conta.
Segundo ele, o painel “A transformação dos materiais” do Congresso é uma oportunidade de aumentar o grau de compartilhamento com a indústria, que já vem acontecendo no setor. “Isso é fundamental para que as empresas possam entender quais são os caminhos. Assim, podemos construir de forma colaborativa soluções para o mercado brasileiro. A partir do momento em que temos um compartilhamento em um painel e uma discussão, você acaba promovendo essas interações com a indústria nacional e global”, finaliza.
O painel “A transformação através dos materiais” acontecerá durante o primeiro dia do evento, às 10h30, e conta com a participação de Carlos H. Gonzalez, diretor do setor de fibras da América Latina na Wood Mackenzie; Raul Frangueiro, criador da Plataforma Internacional Fibrenamics, professor associado e pesquisador na Universidade do Minho; e Paulo Coutinho, Gerente do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos (Senai Cetiqt).
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